segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vamos começar do início?

Tenho tanto a escrever que fico completamente perdida sobre como começar. Como já estamos numa fase um pouquinho adiantada, já dá vontade de começar falando de rejunte, pastilhas, mármores, armários planejados e até idéias de móveis. Mas como a idéia do blog é mostrar todo o processo, acho que tenho que começar lááá pela escolha do apê, ou antes, da decisão da compra.

A história é a seguinte, moro com minha mãe, dividindo as contas da casa, num apartamento nosso. Ele já foi reformado (completamente) duas vezes e em nenhuma delas eu me envolvi muito, no máximo ajudei a escolher o piso e pesquisei armários pro meu quarto. Meu avô é mestre de obra por paixão (e não por profissão), ele que sempre reformou / construiu os apartamentos de todo mundo. Ele sempre teve idéias fantásticas e nunca ganhou dinheiro com isso, quem ganhava éramos nós, que tínhamos lindas (porém demoradas) reformas... Minha mãe também veio ao mundo com o sangue de obra e adora uma quebradeira.

Entre as mais diversas fases (...), namoro o Eduardo há uns 10 anos (nunca sabemos esse tempo exato) e até o ano passado nunca havíamos pensado concretamente em morar juntos. Estava tudo muito confortável, ele morando com os pais, eu com minha mãe e passávamos todo o tempo que queríamos na minha casa. Até que deu algum click em mim, ou nele, ou em ambos... praticamente ao mesmo tempo. Numa brincadeira ele veio perguntar se eu não queria comprar um apartamento conjugado no catete, eu respondi imediatamente que queria, mas não conjugado nem no catete (nada pessoal com quem teve essa escolha). Começamos a falar despretensiosamente sobre grana guardada pra entrada / financiamento / alugar X comprar / procura / boom no mercado imobiliario etc etc etc.

Amadurecemos o assunto bem aos pouquinhos, já vendo um primeiro lindo apartamento (tipo casa) numa ruazinha perfeita no Humaitá. Quem conhece a Rua Goethe, o prédio ficava na esquina dela com a Coronel Affonso Romano.
 

Era um dois quartos, com uns 50 m2, no primeiro andar, com janelas para a rua (calmíssima). Apartamento antigão e precisando de obra completa, mesmo assim nos apaixonamos. Acho que pra mim, foi fácil de me acostumar com a idéia por termos achado um tipo de apartamento que eu estou muito acostumada (o meu é assim, térreo num prédio pequeno, de frente pra rua calma) e a rua era realmente encantadora... Agora, olha o estado que estava o apartamento:
Essa era a sala
O quarto de casal - era um bom quarto, mas olha a umidade na parede





Cozinha (o o mais próximo possível disto)

Isso era legal! Uma área pra lavanderia
Dormíamos e acordávamos pensando no apartamento, fazíamos conta o tempo inteiro, visitamos o apê mais umas 5 vezes, levamos um mestre de obras para avaliar a obra necessária, conversamos com vizinhos e, por último, tentamos uma negociação melhor com o proprietário (além de não termos de cara a grana pedida, avaliamos que o que ele cobrava era muito pra um apartamento tão pequeno e precisando de obra completa - apesar de ser encantador). Não conseguimos a negociação e ainda descobrimos que o apê tinha umas questões complicadas de documentação, ia ser difícil a Caixa liberar qualquer financiamento. Ao mesmo tempo, começamos a entender que talvez ainda não fosse esse O apartamento e que toda a euforia e apaixonamento tinham muito mais a ver com o início de uma fase nova na nossa vida.

Desistimos desse, mas não do plano.

Tenho até hoje muito carinho por ele, pelo lugar e pela história. Sempre que passo perto relembro com saudade o gostinho do primeiro sonho e agradeço por ter sido ele, foi realmente especial.