segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A planta é nossa bíblia, o Dudu nosso pastor.

Essa história de levantar a primeira parede com medidas erradas e arquiteto analfabeto com planta deu uma panicada no pessoal.  

O Eduardo foi o que mais se abalou e, como é ele que está lá, no dia a dia vivendo a obra na pele, acabou incorporando totalmente a missão de desvendar a planta com escala, milímetro por milímetro e assim está até hoje. 

Quando eu chego na nossa nova casa, à noite, lá está ele sozinho no escritório improvisado com a planta em A3, uma régua, calculadora e trena. 

Já não sei quantas vezes ele colocou e tirou os tijolos, aquecedores, fios e materiais de obra fazendo marcação de onde será o vaso, bancada, pia e box de cada banheiro. É um tal de ir na planta, medir, calcular, ir no espaço, medir, marcar, experimentar os espaços, simular banho, abertura de porta, medir de novo, descobrir um centímetro a mais ou a menos, desenhar no chão. 

Quando consigo convencê-lo a ir pra casa descansar, lá vai ele com a planta na mão e a treninha na outra. Às vezes ele tenta me explicar ou perguntar opinião - busco a maior calma e esforço para entender e opinar, mas ele já me passou de longe nos feelings arquitetônicos e acho que não tem mais tanta paciência de regredir na velocidade / raciocínio. Continua sozinho na missão de ler e interpretar a toda poderosa, cheia de mistérios e escalas...

Quando eu acordo de manhã, ele já está sentado na mesa do café e só levanta a cabeça dizendo: "Já descobri o que a gente fez de errado!" Minutos depois já tem outra descoberta... e depois outra. Imagino como ele deve estar sonhando com tanta linha e números... Tomara que não fique traumatizado e passe a ter pesadelos quando olhar as paredes da nossa casa prontas... 



2 comentários:

  1. Que fofo! Tadinho do Eduardo... Mas, pelo contrário, acho que será muito recompensador depois olhar para a casa pronta e sentir orgulho de ter sido fundamental para que tudo estivesse em seu devido lugar!

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